(: Sirva-se!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Rota

Em cada olhar,
a desolação,
do acúmulo.

A desordenância,
a fragilidade,
a petulância.

Em cada sorriso,
a esperança,
o vazio.

As crenças,
gradativas,
fortalezas.

O  sentimentalismo,
corroido,
e infestado.

O  armário,
desbotado,
presente.

As fotos,
as recordações,
o cuidado.

E a sensação,
passageira,
e destrutiva!

[Marinella Quinzeiro]


Estranhamento

A noite hoje,
se faz estranha,
e isso assusta.

A chuva
insiste em cair,
fina.

O pensamento,
paira por outros lugares,
incertos.

Exceto os impregnados,
não saem pela viela,
gritando o que nem sabem.

Chamo,
mas o som se esvai,
e dilui.

Procuro,
mas nada resurge,
parece sumir.

Reparei em baixo da cama,
nas gavetas do armário,
nas roupas pra lavar.

Mas nada reaparece,
e as forças escorrem,
por trechos indefinidos.

Tento reacender,
de todas as formas,
mas nada reage.

O certo,
é a imprevisibilidade,
explicitada pelas inconstâncias.

Constantes!

[Marinella Quinzeiro]

Alternância

A rosa,
dona de aparente
tamanha perfeição.

Com os seus aromas,
e suas pétalas,
sorvia.

Observava,
a imensidão,
que nem se podia ver.

E era apenas uma,
mas de importante missão,
o fundamento.

Em dias de inverno,
o choro contido,
que o orvalho externava.

Ela era dona,
da imensurável,
sensibilidade.

A rosa,
cativa,
parada.

A rosa,
profunda,
em movimento.

[Marinella Quinzeirõ]



sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Inusitado

Se em dor,
hei de permanecer,
aceito.

Mas que seja perto,
da causa,
exijo!

A distância,
é maléfica,
e confirmo!

Então fico,
bem perto,
embriago-me!

Que assim,
supero,
e reajo!

Como se fosse preciso,
analisar,
para sorver.

Que a ausência disso tude,
me afoga
...

E a presença,
mesmo que corte,
me liberta!

[Marinella Quinzeiro]
Cometa

Novamente,
o mesmo erro,
e semelhanças.

A dor,
a herança,
as consequencias.

Sovado estás,
e isso corrói,
e é gradativo.

Sobrando,
o vazio,
a penitência.

Mas você pode,
transforme,
e siga.

E a insensibilidade,
se dissolverá,
em si.

E só!

[Marinella Quinzeiro]

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Em Paz

Nesse momento,
não sei ao certo,
o que me move.

Suponho que seja
a paz indefinida
que insiste em me habitar.

E agora,
eu ando,
como de costume.

E está tudo em estranha calmaria,
apesar das trepidações,
inconstantes;

Sentido?!
já busquei tanto
...

E agora, 
não cabe mais a mim,
estar a par de decisões.

Mas bem sei,
é segura
toda essa indefinição.

E isso conforta,
involuntariamente,
e me inunda.

Em paz.

[Marinella Quinzeiro]