(: Sirva-se!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Em pár...


É que eu já procurei tantas flores nas esquinas,
ja esbocei em tantos papeis versos diversos...
ja fiz até canção...
...
Já sorri pro moço da padaria,
vendo alucinações,
que agora se fazem constantes.
...
E no ápice do desespero...
chamei teu nome em silêncio,
na esperança de ser ouvida.
...
BAH,
pra quê?
pro meu grito se esvair?
...
E eu já nem sei...
outrora eu sonhava...
agora me retenho dentro de mim.
...
Que assim é melhor...
que assim deve ser...
em pár com a solidão.
...
E é uma profusão...
onde minhas cores são as da parede, da sala, do quarto,
da casa que agora habito.
...
Até andava me batendo nas paredes,
mas agora elas se afeiçoaram a minha essência,
e fazem parte de mim.
...
Pra quê todas as flores?
todos os poemas?
todas as canções?
...
Agora...
já não faz mais sentido...
invade o vazio, se alastra.
...
As ruas da esquina...
são só ruas...
...
Os rostos em avenidas...
são só rostos.
...
As flores dos jardins?
Pra quê?
se não perfumam mais a vida?
...
É que a alma já exaurida...
sovada, sem dó...
se retém em si, só.
...
Por que já sabe!
e já conhece...
presume em perfeição...
...
Quem sabe...
um dias as cores voltem...
e as flores novamente recuperem seus aromas.
...
Quem sabe...
o coração se reavive...
e a vida recupere seu original sentido.
...
E os olhos voltem a brilhar...
e o sangue volte a correr nas veias...
em prol de uma sensação,nobre.
...
Enquanto isso...
as cores permanecem mortas...
assim como uma parte do meu ser...
...
A parte cansada,
que conhece a realidade...
A parte que grita, e que permanece em silêncio.
[Marinella Quinzeiro]